Um velho mestre

Lá estava eu, parado sob o sol pensando na vida e em tudo que tinha para fazer. Tinha problemas para resolver, lugares para ir, coisas para terminar. Foi quando em um táxi a minha frente vi ele, uns dos melhores mestres que já tive o prazer de encontrar. Ele estava mais velho, cabelos mais grizalhos, mas ainda tinha aquele ar de sabedoria que muitas vezes é confundido com a loucura.

Meu velho mestre conversa normalmente com o motorista, sem perceber a minha presença. Torci para que ele me olhasse e me reconhecesse, que visse a pessoa que me tornei, queria que ele pudesse ler meus pensamentos.
Após alguns segundos ele finalmente olhos para onde eu estava, naquele momento eu voltei ao passado, revi as suas aulas, revi as suas paranóias, revi os seus conselhos. Por uns segundos que pareciam horas eu pude aprecisar seus ensinamentos novamente, pude ouvi-lo dizer novamente como gostaria que eu seguisse a mesma carreira que ele, pude ver novamente o amor que ele nutria pelo conteúdo que aprendeu a amar.

Infelizmente não segui a carreira que ele gostaria e nem ele foi capaz de me reconhecer, o sinal se abriu e ele seguiu sem caminho, sem ao menos escutar eu dizer:"Obrigado, velho mestre.".

2 comentários:

jess disse...

Grande Flávio! Memorável figura nas cabeças dos alunos!
No fundo, sentirei saudades...

Cauê disse...

"Não me respeitem, mas respeitem a matemática."

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